23 maio 2015

Resenha - Eleanor e Park


Livro: Eleanor e Park

Autor (a): Rainbow Rowell

Editora: Novo Século

Ano: 2015

Páginas: 328

Sinopse: Eleanor & Park é engraçado, triste, sarcástico, sincero e, acima de tudo, geek. Os personagens que dão título ao livro são dois jovens vizinhos de dezesseis anos. Park, descendente de coreanos e apaixonado por música e quadrinhos, não chega exatamente a ser popular, mas consegue não ser incomodado pelos colegas de escola. Eleanor, ruiva, sempre vestida com roupas estranhas e “grande” (ela pensa em si própria como gorda), é a filha mais velha de uma problemática família. Os dois se encontram no ônibus escolar todos os dias. Apesar de certa relutância no início, começam a conversar, enquanto dividem os quadrinhos de X-Men e Watchmen. E nem a tiração de sarro dos amigos e a desaprovação da família impede que Eleanor e Park se apaixonem, ao som de The Cure e Smiths. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre fadado a quebrar corações. Um amor que faz você se sentir desesperado e esperançoso ao mesmo tempo.

Eleanor e Park é um dos livros mais comoventes, mais doces e também um dos mais tristes que li. Voltei alguns anos no tempo. Da descoberta sobre se apaixonar, do friozinho na barriga, do coração acelerado... O mais interessante é que os personagens fogem do estereótipo da maioria dos romances adolescentes. Eleanor é ruiva, cabelos cacheados e vermelhos, acima do peso, veste-se com roupas nada femininas e usa bugigangas esquisitas, o que a torna vítima de bullying na nova escola. Park é mestiço, descendente de mãe coreana, olhos puxadinhos e verdes, um garoto comum, nada de especial.
Os pais de Eleanor são separados e ela vive com a mãe, o padrasto Richie e os irmãos. Richie é um homem mau e a odeia. Um episódio o fez expulsá-la de casa, mas após um ano a mãe a traz de volta para a nova casa. Seu primeiro dia de aula é terrível, começando pelo ônibus escolar. Ninguém a quer como companheira de assento. Park sente pena da garota esquisita e de uma maneira bem rude oferece a Eleanor o assento disponível a seu lado. Durante semanas eles sentam lado a lado no ônibus e frequentam aulas juntos, mas nunca se falam. Até Park perceber Eleanor espiando seus gibis enquanto ele lia no ônibus. Ainda sem trocar uma palavra, ele passa a emprestá-la alguns. Até inevitavelmente surgir o primeiro diálogo. Logo estão compartilhando opiniões sobre os HQs, músicas, entre outros assuntos que tinham em comum. A relação entre eles aos poucos vai evoluindo e eles se descobrem nutrindo bem mais que sentimento de amizade. 

Eles se mostram tão intensos, tão fofos! Mas esse relacionamento viria a ser um grande problema para Eleanor. Ela se esforça ao máximo para manter Park em segredo, pois quando Richie descobrir fará de sua vida um inferno. Enquanto lia, a única coisa em que pensava era ser uma espécie de protetora da Eleanor. Livrá-la de toda maldade e preconceito que há nas pessoas. E aquele final só me fez desejar colocar os dois dentro de uma bolha incapaz de ser violada. 

Que livro sensível, genuinamente lindo, triste e humano. Uma estranha e imperfeita história de amor. Falta-me palavras para descrevê-lo. E a trilha sonora é amor <3

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