09 janeiro 2016

Resenha - A voz do Arqueiro



Livro: A voz do Arqueiro
Autor (a): Mia Sheridan
 Editora: Arqueiro
Ano: 2015
Páginas: 336


Sinopse: Bree Prescott quer deixar para trás seu passado de sofrimentos e precisa de um lugar para recomeçar. Quando chega à pequena Pelion, no estado do Maine, ela se encanta pela cidade e decide ficar.
Logo seu caminho se cruza com o de Archer Hale, um rapaz mudo, de olhos profundos e músculos bem definidos, que se esconde atrás de uma aparência selvagem e parece invisível para todos do lugar. Intrigada pelo jovem, Bree se empenha em romper seu mundo de silêncio para descobrir quem ele é e que mistérios esconde.
Alternando o ponto de vista dos dois personagens, Mia Sheridan fala de um amor que incendeia e transforma vidas. De um lado, a história de uma mulher presa à lembrança de uma noite terrível. Do outro, a trajetória de um homem que convive silenciosamente com uma ferida profunda.
Archer pode ser a chave para a libertação de Bree e ela, a mulher que o ajudará a encontrar a própria voz. Juntos, os dois lutam para esquecer as marcas da violência e compreender muito mais do que as palavras poderiam expressar.


A voz do Arqueiro faz parte da coleção Signos do Amor, que traz um livro característico de cada signo do Zodíaco. No caso aqui, é inspirado no signo de Sagitário.

O livro nos conta o momento em que os destinos de Bree Prescott e Archer Hale se colidem, na pequena Pelion. Tudo que Bree desejava era se afastar do passado, das lembranças da noite terrível que marcara sua vida, e encontra refúgio naquela pequena cidade. Bem clichê.  Ela se encanta com o lugar e com as pessoas simpáticas que ali viviam, até consegue rapidamente um emprego. Bree fica completamente intrigada e curiosa a respeito do homem bonito de aparência um pouco selvagem que a ajudara quando sua sacola arrebenta ao sair de uma farmácia, espalhando suas compras pelo chão. Uma breve investigação e ela descobre que se tratava de Archer Hale, um rapaz que sofrera um acidente na infância e ficara mudo, condição que Bree estava desde pequena familiarizada.

Por mais que as pessoas lhe dissessem que Archer era um pouco esquisito e solitário, que pouco sai de casa e não se comunica com ninguém, Bree tenta se aproximar. Mas Archer não parece querer muito contato de início, assim como não queria de qualquer outra pessoa, por isso todos da cidade o ignoravam. Ele parecia sempre desconfiado, inseguro. Quanto mais Bree se aproximava, mais ele se afastava. Determinada a desvendá-lo, Bree parece encontrar frestas na muralha com o qual Archer erguera em torno de si mesmo, que ainda com reservas e desconfianças, permite que ela o visite vez em quando. Aos poucos, a aproximação entre os dois vai ficando cada vez mais frequente e intensa, tornando difícil resistir a atração. Mas Acher não parece saber lidar com esse novo sentimento, pois além de ter um passado conturbado, ele nunca estivera com nenhuma mulher antes.

Bem, o que posso falar sobre o livro? Ele nos mostra uma história de amor muito intensa, ao mesmo tempo cheia de incertezas. Tanto a Bree quanto o Archer passaram por atribulações, e juntos tentam afastar o passado e viver essa coisa nova que acontece entre eles. Mas não é assim tão fácil, especialmente para o Archer, que após ter perdido a fala, vive afastado do mundo e das pessoas. E o Archer, gente, ele é tão lindo, tão sensível, tão sofrido, que dá vontade de abraçá-lo e protegê-lo do mundo. Com ele aprendemos que o amor não precisa ser dito, basta ser sentido.

Mas.... apesar de ter gostado da história, que traz uma bela e comovente mensagem, alguns pontos me incomodaram. Imaginei uma certa resistência de ambas as partes em se envolverem, diante das situações que viveram. Para alguém que sofrera algo traumático recentemente e fugiu de onde vivia porque não suportava as lembranças e a pressão, achei que a Bree se interessara rápido demais, que o envolvimento entre os dois aconteceu rápido demais, fácil.  Não que a autora devesse ter enrolado, pois o caso aqui não se trata de enrolação, mas sim de duas pessoas que carregam traumas e que normalmente teriam dificuldades em se relacionar de cara com alguém, especialmente Archer, que até então nem sabia o que era se comunicar com alguém que não fosse seu tio, que era quase um selvagem, recluso, que não interagia com ninguém. Como alguém assim poderia se envolver romanticamente tão rapidamente?  Em minha opinião, a autora deveria ter dado o tempo necessário para os protagonistas se conhecerem e interagirem a ponto de criarem um vínculo de confiança, e ter explorado mais os problemas que eles enfrentavam, mas ela optou por focar mais no sexo. Sem contar os personagens secundários, que não passaram de meros figurantes. Alguns, até agora me pergunto a necessidade de estar no livro, outros que a gente nem sabe que desfecho teve, porque simplesmente sumiram.

Enfim, gosto de romance, de cenas quentes, mas também gosto de dramas, de enredos que te surpreendem, e nesse ponto A Voz do Arqueiro deixou a desejar. Recomendo o livro para quem deseja algo simples, sem muitas pretensões. Além do mais, Archer Hale vale a leitura. Um personagem profundo que emociona muitas vezes. 


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