07 fevereiro 2016

Resenha - Anexos



Livro: Anexos

Autor (a): Rainbow Rowell

 Editora: Novo Século

Ano: 2014

Páginas: 368

Sinopse: Beth Fremont e Jennifer Scribner-Snyder sabem que alguém está monitorando seus e-mails de trabalho. (Todo mundo na redação sabe. É política da empresa.) Mas elas não conseguem levar isso tão a sério, e continuam trocando e-mails intermináveis e infinitamente hilariantes, discutindo cada aspecto de suas vidas. Enquanto isso, Lincoln O'Neill não consegue acreditar que este é agora o seu trabalho, ler os e-mails de outras pessoas. Quando ele se candidatou para ser agente de segurança da internet, se imaginou construindo firewalls e desmascarando hackers e não escrevendo um relatório toda vez que uma mensagem esportiva vinha acompanhada de uma piada suja. Quando Lincoln se depara com as mensagens de Beth e Jennifer, ele sabe que deveria denunciá-las. Mas ele não consegue deixar de se divertir e se cativar por suas histórias. No momento em que Lincoln percebe que está se apaixonando por Beth, é tarde demais para se apresentar. Afinal, o que ele diria...?

Tornei-me oficialmente fã da Raibow Rowell depois dessa leitura. Assim como ‘Eleanor e Park’, ‘Anexos’ possui um nível de fofura sem precedentes e, vejam bem, com personagens adultos. Estou completamente embevecida! Mas sabe o que mais me encanta nessa autora? Na verdade, são duas coisas. Em primeiro lugar, o poder que ela tem em nos transportar para dentro do livro, de nos deixar tão envolvidos à história e aos personagens, como se nós realmente os conhecêssemos e estivéssemos ali entre eles. E em segundo lugar, a forma como ela faz seus personagens se apaixonarem. É tão mágico! Como ser adolescente novamente. Peguei-me em diversos momentos com um sorriso bobo no rosto. Dá até vontade de se apaixonar também.

Lincoln é um administrador de segurança de internet, tem 28 anos e mora com a mãe. Ele ainda tem uma irmã mais velha, Eve, que o incentiva a sair de casa, namorar, ter a própria vida. Mas para Lincoln não é tão simples assim. Ele é tímido, inseguro, e o único relacionamento que tivera na vida terminou há 9 anos. Sua vida social se resume a jogar Dungeons e Dragons nas noites de sábados com seus amigos nerds. Mas a estagnação de sua vida o incomoda, especialmente depois que ele aceita um emprego noturno no jornal The Courier. Quando se candidatou à vaga, imaginou que o trabalho seria construir firewalls e proteger o jornal de possíveis hackers, mas o que Lincoln realmente fazia era ler o e-mail dos funcionários.

Anexos se passa no ano de 1999, quando existiam muitos mitos sobre a chegada do novo milênio, inclusive de que um vírus tecnológico se alastraria pelos computadores. A experiência com internet no The Courier era recente e os donos estavam preocupados que seus funcionários pudessem estar acessando conteúdo impróprio ou futilidades no lugar de estarem trabalhando. E era aí que Lincoln entrava. Ele monitorava um programa que detectava o que as pessoas faziam na internet. O programa recebia alertas de e-mails, de websites, de palavras. O trabalho de Lincoln era verificar cada um deles, ou seja, ele precisava ler cada um deles. E ele detestava ter que ler, pois sentia como se estivesse fazendo algo errado, mesmo que os funcionários tivessem conhecimento de que estavam sendo monitorados.

Beth Fremont e Jennifer Scribner-Snyder eram funcionárias do The Courier e grandes amigas. Frequentemente enviavam e-mail uma para outra enquanto estavam em horário de trabalho para falarem basicamente sobre aspectos de suas vidas pessoais. E é assim que nós as conhecemos, através de suas trocas de e-mails. Elas sabiam que estavam sendo “vigiadas”, mas pareciam não se importar com as regras e restrições. Mas Lincoln jamais enviara uma advertência para as duas. Em seu ponto de vista, elas eram inofensivas. Na verdade, começara a gostar delas, mesmo sem conhecê-las, pois pareciam legais, espertas e engraçadas. Lincoln começa a se sentir envolvido com suas histórias, chegando até a ler as trocas de mensagens entre elas mais de uma vez. Com o tempo, se vê se importando muito com uma delas, Beth. Ele ficara encantado com a forma como ela lidava com tudo relacionado à sua vida, do quanto ela era interessante e inteligente, e por suas palavras de encorajamento à amiga.

Ao término do turno, sempre à uma da manhã, Lincoln começou a passar pela mesa de Beth. Só para observar provas da existência dela, como um copo de café usado, clipes, folhetos. Ele tentava se convencer de que era apenas admiração, algo inofensivo. Até porque Beth tinha um namorado, embora às vezes parecesse que ela não tinha, pois de acordo com seus e-mails para Jennifer, eles estavam cada vez mais distantes.

Lincoln não tinha nenhuma intenção de conhecê-la pessoalmente, mas está cada vez mais apaixonado. E o fato de ele não conseguir parar de ler seus e-mails, de saber tanto da vida dela, tem o deixado cada vez pior. Até que um e-mail que Beth envia para Jennifer, falando sobre um cara super fofo, muda tudo. É quando a história dá uma reviravolta. O Lincoln recluso, desmotivado, de coração partido, sai de sua zona de conforto e passa a querer mudar de vida. Ele começa a fazer novas amizades, a sair, entra na academia, e bem, determinado a encontrar Beth, embora não saiba ainda como faria isso.

Bom, acho que falei demais. E ao mesmo tempo não falei quase nada. O livro é tão incrível, tão maravilhoso que li em menos de 24 horas e já estou com vontade de ler de novo. É romântico, é meigo, é encantador, é engraçado, totalmente viciante. Se eu pudesse ficaria aqui o dia todo falando sobre ele. O Lincoln e a Beth são personagens tão queridos que você torce por eles do início ao fim. Aliás, esse foi um dos poucos livros em que todos os personagens eram cativantes, inclusive os secundários. Me envolveu completamente e me fez relembrar o final da década de 90, época em que a internet se expandia e costumávamos trocar e-mails compulsivamente e entrar em sites de bate-papo, sem falar do medo que as pessoas tinham com a chegada do novo milênio. Um livro doce, para todos aqueles que desejam um romance leve e cheio de humor.

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